Mulheres do Axé e Juventude do Terreiro fazem encontro em Ilhéus
Ilhéus vai sediar o encontro nacional de Mulheres do Axé e Juventude de Terreiro no próximo mês de abril, promovido pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) e pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult). A decisão foi tomada durante a realização do projeto Terreiro Legal, nos últimos dias 12 e 13, no auditório Sosígenes Costa, no anexo da Casa de Cultura Jorge Amado. Na ocisão, também ficou decidido que Secult formará parceria com o Laikos, programa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) para prestação de assessoria jurídica aos terreiros de candomblé do município.
As informações foram concedidas pelo secretário municipal de Cultura e interino de Turismo, Paulo Atto, após avaliação do Terreiro Legal. “O projeto foi fundamental para Ilhéus, uma vez que trouxe diversas informações sobre legislação e direitos dos religiosos, e fomos enriquecidos com a experiência do Renafro”, ressaltou Atto. O secretário considerou, no entanto, que a relevância do projeto foi em trazer para Ilhéus um evento de caráter nacional que vai reunir grandes líderes no candomblé. “Isso vai colaborar para aumentar a notoriedade do município, principalmente, no que se refere às tradições, cultura e sem dúvida o fomento ao turismo religioso, que é um setor muito forte e ainda pouco explorado no município”, completou.
Além da atração do evento nacional e da constituição da consultoria, durante os dois dias do projeto (sexta e sábado), promovido pela Renafro em parceria com a Secult, representantes de cerca de 30 terreiros de Ilhéus discutiram sobre aspectos relacionados ao livre exercício do direito à liberdade de crença e de religião. Ainda, o evento também contou com uma mesa de negociação sobre os direitos garantidos pela legislação brasileira e internacional, para que os candomblecistas possam exercitar e defender a sua cidadania, assim como combater as diversas formas de intolerância e discriminação.
O Projeto Terreiro Legal vai percorrer os locais de candomblé de Ilhéus em 2015, levando informações diversas sobre saúde, direitos e deveres da comunidade, sensibilizando os representantes das carreiras jurídicas, públicas ou privadas, bem como os gestores da administração pública, para os direitos das pessoas que pertencem à religião.